A cegueira nossa de cada dia
É uma cegueira de luz*
Só vemos a praia, sem perceber o calçadão
Só vemos o verde, sem perceber a clareira
Só vemos as ruas pavimentadas e limpas
Percebendo a sarjeta apenas quando ela incomoda
Essa cegueira vem em drops muito doces
Um pouco hoje, outro amanhã
Esperanças mesquinhas
por benefícios particulares
Pequenas ilusões de segurança
Ela é o sim por conveniência
E o não por omissão
É uma cegueira de luz*
Só vemos a praia, sem perceber o calçadão
Só vemos o verde, sem perceber a clareira
Só vemos as ruas pavimentadas e limpas
Percebendo a sarjeta apenas quando ela incomoda
Essa cegueira vem em drops muito doces
Um pouco hoje, outro amanhã
Esperanças mesquinhas
por benefícios particulares
Pequenas ilusões de segurança
Ela é o sim por conveniência
E o não por omissão
O cinismo como filosofia de vida
E a ignorância disfarçada em "verdade"
É uma prece pelos nossos
E agradecimento pela dor do outro
É uma prece pelos nossos
E agradecimento pela dor do outro
* Não resisti a fazer referência ao Saramago, do qual a obra me inspirou a escrever esse poema.
Imagem: Estudo para a Seqüência do Sonho. Salvador Dalí
4 comentários:
Esse livro é muito federal!
adorei !
continuamos cegos mesmo enxergando somos insolitos diante de tudo.
O mundo é branco, nos o deixamos em plena escuridão.
Perfeita a referência ao Saramago!
Ó! Tô precisando de outra aula pra usar esse troço, mas só vale ao vivo.
Bjs!
Parabéns
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