10.6.08

Épicos e fantasias...

Há muito tempo eu não assistia um grande épico. Quando digo "um grande épico" não estou falando em super produções com três horas de duração, reconstituição de época perfeita, o galã da moda tentando interpretar um grande heroi em histórias beirando a pieguice e a previsibilidade. Eu falo de épicos viscerais que contem uma saga, que envolvam honra, perseverança, paixão e uma certa dose de violênica. Pois é, e quando rolou no cinema, influenciada pelas critas a respeito nem me interessei em assistir. Mais eis que a tv a cabo salva e finalmente semana passada assisti 300, de Frank Miller.


Casseta! Me arrependi de não ter assitido no cinema. Um filmaço!!!! Todos os ingredientes de uma boa saga: heróis viris, guerreiros honrados, sem medo de lutar, sem medo de morrer, cenas de impacto, ainda que tenham inúmeros recursos digitais e que tudo tenha sido feito em estúdio. Não, ninguem verá em 300 a paisagem árida da região onde fica a Grécia, campos de trigo, o sol do entardecer. Nada comparado por exemplo ao espetáculo de cores de Gladiador. Mas é exatamente isso que diferencia o filme de qualquer outro visto. É um quadrinho filmado, no mesmo estilo de Sin City Cidade do Pecado, também de autoria de Frank Miller - putz, to aprendendo a gostar desse cara. Talvez isso explique porquê não fiquei chocada com as cabeças rodopiando no ar, ou com a cena da árvore crivada de corpos de camponeses gregos, após a passagem dos Persas - essa cena é antológica. O fato de recriar o ambiente de um quadrinho, deixa o espectador no limiar entre o real e o fantastico, não choca tanto como se fosse uma reconstituição de época, todo o ambiente é imaginado e na imaginação pode tudo até mesmo aquelas criaturas estranhissimas que apareceram mais para o fim do filme, verdadeiros monstros e o próprio Xerxes de Rodrigo Santoro, figura andrónena todo furado de pircings.
O Leônidas, o protagonista, além de viril e guerreiro, era inteligente e sarcástico com seus inimigos, bem como sua mulher, inteligente, apaixonada e forte, fazia qualquer coisa por seu homem. Não há romantismo em Esparta, o que não quer dizer que não exista romance.
Além dos personagens e de todas as cenas de batalha, adorei a narração que conduz toda a história. Lindo de mais! Um verdadeiro épico.
* * *
Outro filme bacaninha que assisti na tv a cabo foi Ponte para Terabítia. Também não assisti esse filme no cinema pois já estava saturada de filmes sobre fantasia, mundos mágicos, elfos, duendes, princesas e tal... Mas Ponte para Terabítica é uma história sobre pessoas reais, que por conta da vida, que nem sempre é fácil para todos, ficam a um passo de perderem a capaciade de sonhar, imaginar, e isso numa idade em que ainda é permitido sonhar. Um filme delicado, lindíssimo e se você leitor está esperando ver dragões voando e soltando fogo pelas ventas, fadas, anéis mágicos, pode esquecer. Você só verá pessoas e a própria vida, por vezes triste e dura.
P.S.: Vale lembrar que o filme 300 foi baseado na história em quadrinhos Os 300 de Esparta. Se você pegar o livro imediatamente lembrará do filme, verá as mesmas cenas, os mesmos personagens e a mesma narrativa épica.

2 comentários:

Carlos Pereira jr (merlimkerunnus) disse...

Muito criativo seu Blog.Parabens. Gostei de passear por aqui.

diggs disse...

Não gostei muito de 300, não. Nem do filme, nem dos quadrinhos... e acho que não gostei pelos motivos que você gostou. Esse limiar entre real e imaginário na história... Acho que a História dos espartanos nem precisa de enfeites, monstros digitais, paisagens oníricas... a realidade do povo, e a história dos portões de fogo já eram o suficiente para fazer a lenda. Gosto do livro, Os Portões de Fogo, apesar de não o achar perfeito - muito menos realista - ele detalha melhor as coisas, o q me agrada bastante. Ponte para Terabítia é exatamente isso o que você falou... um filme sobre pessoas... foi uma ótima surpresa quando o assisti no cinema! Belo post.