Coisas que assisti - "O dia que meus pais saíram de férias"

Assisti, durante o carnaval, O ano em que meus pais saíram de férias. Caramba, que filme bonito! Além da história, comovente sem cair na pieguice, as cenas (grande parte delas se inicia focando o reflexo de um dos personagens da cena num espelho ou janela, e depois desfoca para o segundo, depois tem um corte e abre para focar os dois personagens no cenário), fotografia, músicas de fundo, tudo é muito bonito. Eu acho que cinema é muito sensorial. Não é simplesmente filmar os atores encenando, o motivo do diretor escolher essa ou aquela música de fundo, escolher começar uma cena com uma panorâmica da cidade, escolher essa ou aquela iluminação, é para comunicar uma idéia, para construir a história. Essa mistura harmônica de som e imagem monta, constroí, todo um universo onde o espectador, durante algumas horas, fica imerso. Então a história não é apenas a narração de acontecimentos. Os detalhes que lemos num livro e nos dá noção do espaço ou do estado de espírito dos personagens, no cinema é colocado não apenas através do texto e da encenação, mas também através de som e imagem. Isso é que acho bonito no cinema, bacana mesmo. Em O ano... a história de Mauro é construída através de palavras, sons e principalmente imagens. Um filme sutil, lindíssimo e triste. Vale muito a pena ver.

Quem quiser saber mais: http://www.oano.com.br/