5.10.10

No meu primeiro dia de trabalho no estado eu encontrei meu amigo Marcos na estação de Deodoro. Marcos foi meu professor no pré-vestibular comunitário de Oswaldo Cruz e com toda certeza uma de minhas influências mais fortes. Eu não o via há pelo menos cinco anos. O mais inusitado no encontro é que eu tinha pensado nele no dia anterior. Ficou parecendo aquela coisa do pensamento chamar a pessoa ou você ser chamado. Eu fiquei super feliz e surpresa em revê-lo. Marcos me contava as histórias das escolas onde ele trabalhava e ia me dando uns conselhos e me ensinando alguns macetes sobre a difícil arte de ensinar, sempre daquele jeito dele, frenético e engraçadíssimo. Fomos batendo o maior papo até chegar a Comendador Soares onde ele desceu para ir a escola, trabalhar, e eu segui para Queimados. Infelizmente não trocamos telefones e nem emails, pois o papo estava tão animado que eu esqueci de passar meus contatos e de pedir os dele, mas pensei "não tem problema, a gente vai acabar se esbarrando novamente em Deodoro e aí eu pego o email pra gente manter contato". Infelizmente não deu. Aquela foi a última vez que vi o Marcos. No último sábado, vespera de eleição, ele sofreu um infarto e não resistiu.
Fico eu aqui pensando: que sorte a minha de ter encontrado Marcos naquele dia, de ter podido vê-lo mais uma vez, antes dele embarcar em sua viagem final.

Descanse em paz meu amigo...

3 comentários:

Sâmia disse...

Coincidências não existem. Havia algo ainda por aprender com Marcos. Que bom que houve o reencontro. E que Marcos esteja em paz.
Beijos

Romanzeira disse...

Você sabe que eu pensei nisso! Nossa, Samia, foi um encontro tão esquisito. Quer dizer, foi legal rever meu amigo e antigo professor, mas foi tão inusitado encontrá-lo justamente naquele dia, e apos pensar nele.
E justamente as palavras dele, sobre educação, eu guardei e lembro todos os dias que trabalho, quando fico muito pê da vida com meus alunos. Esse meu amigo era um ótimo professor, e acreditava no que estava fazendo. Foi uma honra tê-lo conhecido e uma pena ele ter deixado esse mundo tão cedo.

bj.

Zerfas disse...

é a vida é uma passagem. Nos embarcamos num trem e nem sempre percebemos quantas são as pessoas q nos cerca e seus valores e como suas historias compoem a nossa.
Quando digo que vivemos na beira do prazo de validade é por que a vida que temos hj é o tempo comanda e muitas vezes ele nos consome sem percebermos.
Que seu professor fique em paz e q as palavras dele sempre fiquem de lição para vc.
Bjs