8.9.10

Triste herança autoritária...

Se tem um feriado que eu detesto é o 7 de setembro. Por quê? Porque quando se fala em comemoração da independencia o que se vê são desfiles militares de norte a sul do pois. Nas semanas anteriores ao dia da independência também tem os desfiles das escolas, nos mesmos moldes de uma parada militar: pelotão da saia branca, pelotão da bandeira e o resto dos estudanes marchando, como se fizessem parte das forças armadas também. Não é mera coincidencia.
A história política brasileira é marcada pela atuação dos militares, na maior parte das vezes no sentido de calar a voz dos cidadãos, e pelo autoritarismo e violência das elites na direção do Estado e seus aparelhos de repressão. Mais de vinte anos depois do fim da ditadura e mais de quarenta desde seu início, ainda se comemora a independência através de desfiles militares. E tem gente que vê isso como civismo. Será?
A maior parte das pessoas ficam lá, marchando ao sol, sem ao menos ter informações minimas sobre o que está sendo comemorado! Isso é civismo? O pior é que ano após anos a ignorancia em relação a sua historia, em relação a cidadania e ao significado da palavra civismo, vai se perpetuando.
Comemorar a Independência do Brasil através de representações militares e autoritárias não é civismo, como alguns evocam, é, na verdade, alimentar da herança cultural autoritária que há centenas de anos assola esse país!

Um comentário:

Sâmia disse...

Bem observado. Por isso há uns 15 anos a esquerda, setores mais "combativos" da Igreja, do movimento sindical, e os movimentos sociais se concentram, no 7 de setembro, no Grito dos Excluídos. É uma alternativa à essa papagaiada dos milicos, aberta à participação de todos. É uma pena que a participação no Grito mobilize bem menos as "pessoas comuns" do que a passividade das Paradas.

Como dizem numa brincadeira de twitter, isso é brasil-il-il.

Que m****! hahahaha.

Beijo!