25.2.09

Carnaval, Carnavais...

Meu caso de amor com o carnaval é dos mais esquisitos possíveis. Por três anos consecutivos eu fui para o centro da cidade, tentar encontrar um grupo de amigos, e não consegui. Como não sou a foliã mais animada do mundo – não, não sou de correr atrás de bloco sozinha, não consigo me divertir sozinha - esses carnavais terminaram aguados, sem muita graça. Já estava decidida a pendurar as sapatilhas e o arquinho de colombina.

Este ano, resolvi fugir da folia, e fui para um sítio, casa da família de uma amiga da minha irmã, em Mendes, cidade serrana do Rio de Janeiro, e por incrível que pareça, finalmente eu brinquei carnaval!

Mendes surgiu na primeira metade do século XIX, por conta do cultivo de café, no final do século, veio a industrialização com a fábrica de papel e em 1912, finalmente, a energia elétrica. É uma cidade pequenina localizada ao redor da RJ127, fica próximo a Vassouras e a Paulo de Frontin. A estrada para chegar na cidade é muito estreita, perigosa mesmo, com curvas sinuosas e muito fechadas; de um lado morro, do outro precipício, quando havia acostamento era muito estreito. Uma aventura subir à noite e durante o dia uma bela paisagem pois por todo o caminho pode-se ver matas, pequenas quedas d’água, animais silvestres, tudo que a gente, que mora na cidade grande, não tem contado, quase nunca vê. No sítio, eu vi, por exemplo, borboletas em abundância, coisa que até mesmo em Magalhães Bastos, onde moro, que não é zona rural, mas também não é nenhuma selva de pedras, eu não vejo com freqüência.

Apesar de pequenina, seu carnaval é bem bacana, com banda tocando marchinhas e outras músicas colocadas em ritmo de samba, o tradicional “bloco das piranhas”, e o bloco “Bisnaga de Ouro” com um pão de dois metros desfilando num carrinho, pelas ruas estreitas da cidade, fazendo a farra dos foliões. Muitas crianças fantasiadas (quase todas) – coisa não muito vista no Rio – e dois coretos, um na praça e o outro na rua atrás da praça. Até a igreja montou uma barraca (!) com a chamada: “Ajude as obras sociais da igreja”. O clima era de festa, com tranqüilidade e sem a aglomeração das ruas do Centro e da Zona Sul carioca.

E assim meu caso de amor com o carnaval parece que vai se resolvendo: em 2009, curti o carnaval da cidade pequena, de repente em 2010 eu consigo acompanhar pelo menos o figurinha fácil, Cordão do Bola Preta!

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