25.9.08

Meus Gatos...



Meus gastos nunca fizeram mal a ninguém, sempre foram dóceis, carinhosos, fiéis e amigos, criaturas socegadas. Tirando o Yok, que apareceu na nossa porta há uns dois anos, os outros não eram nossos, eles foram aparecendo, e eu apenas os alimentava, cuidava deles. Quando abria a porta de manhã e eles vinham logo comer a ração que eu trazia no saco. As vezes entravam e ficavam no braço do sofá da sala – a Cinza tinha esse hábito; o Yok tinha o estranho hábito de comer pão, ele adorava pão, a Tigrinha miava como uma desesperada por comida e depois que comia se refestelava em cima do carro do meu pai, ou no em frente a porta.
Na terça feira quando saí de casa eu os vi pela última vez. Ontem quando voltava pra casa tarde da noite, a Cinza não veio me receber como de costume, nem a Tigrinha que sempre aparecia pedindo comida; mas a Cinza estava “balaiuda”, cheia de gatinhos por nascer, eu imaginei que provavelmente ela estaria em algum lugar dando a luz (ou eu quis me convencer disso). Hoje quando acordei e estranhei a ausência deles, o silêncio - não vi nenhum dos gatos e o Yok, que estava dentro de casa, escapou para o quintal. O Yok não voltou, a Cinza não apareceu, nem a Tigrinha e só no fim da tarde eu achei a Siamesa, que eu tratei de guardar dentro de casa.
Pois é...Eles nunca fizeram nada de mal pra ninguém, mas encontraram alguém para lhes fazer mal. Meus gatos estão mortos, mortos por envenenamento. Eu não posso fazer nada, só posso chorar por eles e, se descobrir quem fez a maldade, denunciar a algum órgão governamental, mas acho que isso não dá em nada, embora pense que é fundamental fazer alguma coisa. Nada disso trás meus bichos de volta. Nada. Nada disso me deixa menos triste, principalmente quando penso no Yok, que tinha que ir hoje ao veterinário para fazer revisão, ou na Cinza, cheia de gatinhos por nascer, deitada no braço do sofá - acho que nunca vou esquecer essa imagem.
É nessas horas que eu acho que alguns seres humanos são assassinos em potencial, se não houvesse punição para o assassinato sairiam matando qualquer um que pisasse nos calos.






*Essa, aí ao laso, era a minha gata Cinza. Infelizmente, só hoje eu me dei conta que não tenho nenhuma foto do Yok.

3 comentários:

Zerfas disse...

Vivi!
fiquei muito triste por conta dos seus gatos.
como vc soube que eles foram envenenados?
Não aceito a maldade humana, um ato como esse merecia punição!!!
Se cuida moça!!

Romanzeira disse...

Oi Ester! Na verdade foi uma matança geral de gatos na vila. Ontem eu estava muito triste, hoje estou louca da vida, pensando em qual atitude tomar.
Também não aceito essa maldade, não. Fico pensando: aqui na vila, e na rua de maneira geral têm tantas coisa por fazer, tantas atitudes a serem tomadas para melhorar a qualidade de vida e as pessoas das quais suspeito nunca tomam iniciativa nenhuma, nem contribuem com nada quando alguém toma, mas para matar gatos todo mundo encontra tempo e disposição! É um absurdo.
Valeu, beijos.

Sâmia disse...

Ah, Vivi, eu sinto muito. Amo os gatos, e isso me lembrou quando minha gata foi morta pelo cachorro do vizinho na época em que morei no Engenho de Dentro. Ela saiu de manhã para seu passeio diário pelos telhados da vila e não voltou mais. Passei aquele domingo chorando, praguejando contra o cachorro do vizinho, que, bicho feroz, matou por instinto. Imagino a dor que sente quem vê seus bichinhos mortos por maldade, por gente que o faz por vontade. Triste injustiça...
Um beijo