Hoje estive revendo fotografias antigas. Algumas bastante antigas – de quando eu era criança – outras mais recentes, em comparação às primeiras, mas quando lembrava do ano em que as tirei, pensava “puxa, já tem isso tudo?” Pois é, já tem isso tudo! É incrível como o tempo passa e como em um ano tanta coisa mudou. Meus sobrinhos, que há uma ano atrás eram bebês rechonchudos, hoje são garotinhos fofos, espertos, falantes, mas igualmente graciosos. Meus amigos, os mesmos de sempre, graças a Deus, sempre leais. Minha família, com uma perda aqui e um ganho ali, sempre unida, apesar de tantos sobressaltos.
Organizar fotos é como um balanço da vida. E eu me assombro ainda mais com o fascínio que tenho pela fotografia. É só um papel colorido, uma imagem capitada. Mas quando a gente lembra do momento, lembra da data, da ocasião, tudo se transforma e aquele papel colorido passa a ter uma importância ímpar; tão ímpar que nos faz lamentar quando percebemos que algum deles se estragou para sempre.
Organizar fotos é como um balanço da vida. E eu me assombro ainda mais com o fascínio que tenho pela fotografia. É só um papel colorido, uma imagem capitada. Mas quando a gente lembra do momento, lembra da data, da ocasião, tudo se transforma e aquele papel colorido passa a ter uma importância ímpar; tão ímpar que nos faz lamentar quando percebemos que algum deles se estragou para sempre.
Foi o que aconteceu com algumas fotos de minha infância em Turiaçu, localidade de Madureira, o que me dá uma tristeza profunda, porque Turiaçu, por muito tempo, teve uma aura mágica pra mim, possivelmente por conta dos meus pais que associavam a dureza que a família passou ao fato de irmos morar em Magalhães Bastos.
Eu nasci em Madureira, e vivi dois anos em Turiaçu - de 1980 a 1982, quando minha avó se mudou para Magalhães Bastos e meus pais a seguiram, um mês depois. Segundo eles, a mudança foi por conta da saudade que eu sentia da minha avó – o engraçado é que eu mesma não me lembro disso! A vida mudou muito, depois que viemos para Magalhães. Minha mãe maldizia a sorte porque o lugar não tinha nada – tipo, mercado perto, banco e outras coisas que ficavam a cinco minutos de Turiaçu . Hoje, vinte e cinco anos depois, me surpreendo vendo como o bairro cresceu e fico feliz por morar aqui.
Eu nasci em Madureira, e vivi dois anos em Turiaçu - de 1980 a 1982, quando minha avó se mudou para Magalhães Bastos e meus pais a seguiram, um mês depois. Segundo eles, a mudança foi por conta da saudade que eu sentia da minha avó – o engraçado é que eu mesma não me lembro disso! A vida mudou muito, depois que viemos para Magalhães. Minha mãe maldizia a sorte porque o lugar não tinha nada – tipo, mercado perto, banco e outras coisas que ficavam a cinco minutos de Turiaçu . Hoje, vinte e cinco anos depois, me surpreendo vendo como o bairro cresceu e fico feliz por morar aqui.
Bom, mas a vida mudou bastante e não se podia dizer que foi para melhor. Prova disso é o fato de que, durante praticamente toda a década de oitenta até meados da década de 90, os registros fotográficos de minha família foram feitos por terceiros. Tios, tias, amigos, colegas. Nada foi feito por nós porque nossa máquina quebrou e não tínhamos grana para comprar outra. Diferente de hoje, antigamente uma máquina fotográfica era cara, muito cara para um pai de família com quatro filhas pequenas, se pendurando em vários empregos para garantir o aluguel e o sustente da casa.
Talvez por isso, com a primeira graninha boa que ganhou no estágio do segundo grau, minha irmã Cris comprou pra gente uma Kodak, compacta, totalmente manual. As únicas fotos que tenho do João Alfredo, colégio onde estudei no segundo grau, foram feitas com ela. Também as fotos de encerramento do pré-vestibular, em 1996, fotos do grupo de estudo, e a viagem para Itacuruça, no fim de 1997, foram feitas com ela. Talvez por isso, também, tenha surgido em mim a fixação por fotografia. Sim, documentar a vida da família, os amigos, viagem e até mesmo as ruas por onde passava tornou-se uma obsessão pra mim.
Depois que a Kodak pifou, eu comprei, não me lembro quando, uma Yashica, também compacta, mas com rebubinamento automático. Com essa máquina eu fiz as fotos das quais mais gosto. Nessa época minha obsessão por documentar, por não deixar que nenhum momento se perdesse no tempo e na memória, já tinha se atenuado um pouco, e eu queria fotografar as coisas que eu achava bonitas. A fotografia pra mim sempre terá uma motivação documental, com toda certeza, mas agora já me preocupo com a estética, ângulos, enquadramento. É mais que a imagem, é imagem e técnica.
Depois desta Yashica, veio outra Yashica, e uma Mirage, e então entramos na era das digitais. Ano passado comprei, em sociedade com minha mãe, uma Cannon AS 460, 5mp. Eu não consigo me adequar a essa onda, embora já tenha feito algumas fotos bem bacanas. Não sei... Falta alguma coisa... Falta escolher o filme de acordo com a granulação que vc quer, falta olhar pelo visor, falta essa materialidade e também a ameaça de erro. Sim a ameaça eminente do erro faz a arte da fotografia algo emocionante. Entretanto, como sou uma pessoa, em alguns aspéctos (mas não nos políticos), conservadora, isso tudo pode ser apenas a minha implicância e estranhamento habitual a respeito de tudo que é novo e fácil.
Mas o que ainda me assombra é o tempo que passa, as modificações e como é possível traçar uma linha do tempo de nossas vidas através da documentação fotográfica. Isso é fantástico e me emociona e assombra.
Depois desta Yashica, veio outra Yashica, e uma Mirage, e então entramos na era das digitais. Ano passado comprei, em sociedade com minha mãe, uma Cannon AS 460, 5mp. Eu não consigo me adequar a essa onda, embora já tenha feito algumas fotos bem bacanas. Não sei... Falta alguma coisa... Falta escolher o filme de acordo com a granulação que vc quer, falta olhar pelo visor, falta essa materialidade e também a ameaça de erro. Sim a ameaça eminente do erro faz a arte da fotografia algo emocionante. Entretanto, como sou uma pessoa, em alguns aspéctos (mas não nos políticos), conservadora, isso tudo pode ser apenas a minha implicância e estranhamento habitual a respeito de tudo que é novo e fácil.
Mas o que ainda me assombra é o tempo que passa, as modificações e como é possível traçar uma linha do tempo de nossas vidas através da documentação fotográfica. Isso é fantástico e me emociona e assombra.
4 comentários:
quando vou te ver passar pelos meus blogs?
beijos
Como sempre perfeito!!!
Vjs
Edu
Olá, Naldo! Eu passo lá algumas vezes, so não deixo comentparios. Seus blogs são maneiros e eu gosto mais do "Na Penumbra".
Oi Edu! Quanto tempo... Perfeito? Que é isso...eu só faço o melhor que posso.
Esse blog tem andado meio parado, agora que estou mais aliviada de trabalho, estou voltando a escrever.
Bjão e aparece mais.
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